É comum que as fugas de água sejam confundidas com infiltrações. De facto, uma infiltração pode ter origem numa fuga de água mas, ainda assim, não pode ser tratada como tal.
Detectar a origem de uma infiltração pode revelar-se uma tarefa difícil,com margens de precisão reduzidas. Ainda assim, perante esta situação, é possível realizar diversos trabalhos e retirar algumas conclusões. Considere os seguintes exemplos:

1. Infiltrações na cobertura de prédios e moradias
A humidade por infiltração em coberturas de prédios e casas é a mais comum. Devido ao crescente custo de manutenção dos edifícios, a tendência tem sido para se aguardar até que algo aconteça em vez de prevenir e o facto é que, na ausência do cuidado e prevenção necessários, muitas vezes os problemas acontecem…
Como resultado das intempéries e a exposição ao frio ou ao sol, os revestimentos e impermeabilizações acabam por ceder e as infiltrações são, por norma, a primeira manifestação. Quando esta situação acontece, surgem duas possibilidades: a substituição do revestimento ou a localização da zona da infiltração.
No processo de detecção de infiltrações em coberturas, precisamos, por isso, de perceber se o objectivo é confirmar a existência de infiltrações na cobertura ou localizar a zona que tem a fuga/infiltração.
Para confirmar se existe uma infiltração, o processo é mais simples: basta colocar um químico e aguardar que este infiltre a laje. Por outro lado, para localizar a zona exata, ainda que o processo seja semelhante, este deve ser mais seccionado, sendo que, em vez de realizar o teste de toda a laje de um só vez, se torna necessário dividi-la em secções/sectores e fazer o teste de forma separada, para identificar em qual das secções existe a anomalia.

2. Infiltrações na fachada do prédio
Se vive num apartamento e observou infiltrações na parede exterior, onde não passam tubagens de abastecimento ou esgotos, pode estar perante várias situações distintas. Pode ser, por exemplo, que se trate de uma infiltração na fachada, detectável por contraste térmico; ou de uma infiltração nos chamados (rufos de cobertura), o que provoca derrames por trás dos cerâmicos.
As possibilidades são inúmeras, podendo ainda suceder que não exista uma infiltração mas sim condensação provocada pelos contrastes térmicos do edifício. No caso de se verificar a existência de prumadas ou coretes técnicas na proximidade podemos estar na presença de uma ruptura nas suas tubagens, que poderá ser inspecionada por inspecção de vídeo.

3. Infiltrações no rés-do-chão ou garagens
Se a conclusão de trabalhos de pesquisa das redes hidráulicas determinarem a não existência de fugas podemos, por exclusão de partes, considerar a possibilidade de humidade por capilaridade ou humidade refluxa, podendo este fenómeno ocorrer em virtude das humidades do solo, em conjunto com a pressão/peso do edifício sobre o mesmo, o que provoca a subida de água pelas argamassas e o aparecimento de infiltrações ou mesmo criação de pequenos lençóis de água.
Outra possibilidade é que exista uma fuga num ponto do prédio, com origem em partes comuns ou não, que estejam a descer pelo edifício acumulando-se no rés-do-chão.

4. Infiltrações em geral
Quando não fazemos ideia sobre a origem da infiltração que presenciamos, é necessário agir por exclusão de partes e considerar a primeira parte a rede de abastecimento, já que esta é a principal fonte de água num edifício. Só depois de se excluir a possibilidade de a fuga ter origem na rede de abastecimento, aquecimento, incêndio ou outras redes hidráulicas pressurizadas, é que podemos considerar outras possibilidades, incluindo esgotos, pluviais e outras.

Em suma, localizar a origem de uma infiltração pode ser uma tarefa simples ou tornar-se num verdadeiro quebra-cabeças, que obrigue a gastos avultados. Todos os sistemas têm as suas limitações e, quando a questão são infiltrações, as limitações podem fazer-se sentir…
Por norma, a localização da origem de uma infiltração é efectuada por contraste térmico, mas existe um universo de possibilidades, considerando cada cenário particular.